Maria Gomes: Dica de Viagem

Continuando a nova viagem por terras portuguesas...

Distando apenas 40km de Óbidos, sobre a qual já falei AQUI, surge outra cidade, muito linda e cheia de história – Alcobaça.

Ela já foi habitada por romanos e por árabes, e segundo a lenda, durante a sua reconquista, D. Afonso Henriques prometeu a Santa Maria erguer um mosteiro em sua homenagem, caso sua ação contra os mouros tivesse êxito.

E, assim o fez, quando a conquista se deu no ano de 1147.

Mas, as histórias interessantes não param por ai.

Inês de Castro empresta a cidade a sua história pessoal. Embora “macabra”, por assim dizer, representa um amor infinito, levado as últimas consequências.

Embora fosse filha de um dos fidalgos mais poderosos do reino de Castela, em Portugal, ela era apenas aia na Corte, o que de modo algum impediu o infante D. Pedro I de se apaixonar, já que era casado segundo as conveniências reais da época.

O romance tornou-se público e passou a ser alvo de comentários maldosos por toda a Corte e até mesmo pelo povo. Assim, sob o pretexto de moralidade e vendo que D. Pedro não abriria mão deste amor, D. Afonso IV, seu pai, mandou exilá-la em um castelo junto a fronteira castelhana.

Porém, o destino parecia querer unir os dois.

Um ano depois, a esposa de D. Pedro veio a falecer no parto do futuro rei.

Então, sem mais nenhum impedimento, D. Pedro, contra a vontade de seu pai, mandou que D. Inês regressasse do exílio, para passarem a viver juntos.

D. Afonso IV não deu-se por vencido e, aproveitando a ausência do filho, ordenou que assassinassem D. Inês de Castro.

Desesperado pelo ocorrido e indignado com seu próprio pai, D. Pedro ordenou que desenterrassem sua amada e promoveu a sua cerimônia de coroação , obrigando que toda a Corte beijasse a mão da rainha morta.

Após a morte de D. Pedro, poucos anos mais tarde, os dois foram transferidos para o recém construído Panteão Real, e colocados frente a frente, para que segundo a crença, pudessem olhar-se nos olhos quando despertassem no juízo final.